Barretos sedia 3º Congresso Internacional da Cultura, Diversidade e Consciência Negra

O 3º Congresso Internacional da Cultura, Diversidade e Consciência Negra (Connegro) foi concluído na tarde desta quinta-feira (30), em Barretos, após dois dias de apresentações e debates sobre educação antirracista e valorização das identidades negras.

O evento contou com a presença do vice-prefeito Mussa Calil Neto e da secretária municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano, Juliana Ferreira Adão, além de representantes da Casa Afro, Casa da Mulher, CRAS, CREAS e profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) de várias cidades.

Juliana destacou que o enfrentamento ao racismo deve ser contínuo no cotidiano da Assistência Social e relembrou sua trajetória pessoal: “Sou fruto dos serviços de psicólogos e assistentes sociais que acreditaram no meu potencial. Hoje estou aqui para inspirar e transformar outras vidas.”

Mussa Calil reforçou a importância da empatia no combate ao preconceito: “A eliminação do racismo começa quando olhamos para o outro e o reconhecemos como parte da nossa própria família.”

A representante da DRADS Barretos, Maria Izildinha Dias Dionísio, relatou a criação do projeto ‘SUAS Sem Racismo’, resultado de discussões regionais iniciadas em 2024. Ela defendeu que o enfrentamento ao racismo precisa começar dentro da própria Assistência: “Nosso público precisa de acolhimento, não de preconceito.”

A coordenadora Eloísa Almeida, do projeto Minhas Cicatrizes Não Falam Por Mim, destacou a responsabilidade social dos profissionais do SUAS: “Ser mulher preta neste país é difícil. Se cada um se tornar replicador do antirracismo, construiremos um país mais justo.”

O professor André Aluize, da Unesp e coordenador do Connegro, ressaltou que o racismo é uma estrutura social que ainda precisa ser desconstruída: “Enquanto estivermos falando sobre isso, é porque o problema ainda existe. Para o racismo vencer, basta que o bem não faça nada.”